Daniela Minello

Pontuar

Sempre gostei de ler em voz alta.

Meu coração acelerava quando se aproximava minha vez de ler na escola.

A leitura em voz alta tinha magia, porque poderia dar o meu melhor emprestando minhas emoções nas diferentes interpretações e entonações do texto.

Era como se eu fizesse parte da história podendo contá-la.

Gostava de prestar atenção na pontuação, pois eram os momentos que encontrava fôlego para respirar e emprestar meus sentidos.

Fazia questão de dar vida aos pontos e as vírgulas.

Eram histórias, que na minha imaginação, tinham magia; mas a magia estava nas minhas vontades de pertencer às histórias.

Ficava imaginando possibilidades de desfecho antes mesmo de chegar no clímax das histórias.

Desejava criar vários enredos com possibilidades interpretativas.

A escrita sempre me fascinou com seus contextos ilustrativos, mesmo que eles não fossem esboçados nos livros, eu os visualizava em minha imaginação.

O fascínio que a pontuação promovia em mim, era de continuidade à minha imaginação.

Fazia reviravoltas nas histórias, que muitas vezes, não possuíam solução.

Estava aprendendo o sentido da ousadia da criação em vários contextos da vida.

Os livros sempre me fascinaram. Como tive poucos, decorei suas historias, pois tinham cheiros, texturas, sabores e vozes infinitas.

 As bibliotecas eram parques que convocavam ao movimento, onde os livros ficavam clamando para que brincássemos com eles de pega pega.

Hoje, toda vez que leio, procuro adentrar com muito respeito nestes espaços concebidos por escritores que ali me convidam estar.

Peço com licença e carrego comigo, meus significados acompanhados de uma infinita liberdade de interpretação.

A magia das histórias, convoca meus sentidos a ousarem entre frases e parágrafos, com as sutilezas das pontuações.

As vezes, a história é tão intensa, que me falta o ar e atropelo os pontos.

Procuro um novo parágrafo para me ajeitar e degustar das imagens que me são oferecidas entre palavras.

Quando chego ao término, gosto de dizer um até breve, pois sigo pensando e rabiscando jeitos possíveis de dar outros significados às novas páginas imaginárias.

Ponto. Estou pronta para recuperar o fôlego e adentrar em novos espaços livres.


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